sábado, 19 de abril de 2008

Pesquisa revela que soja e peixe reduzem efeitos do Alzheimer

29/11/2004 - 14h07


Bruxelas, 29 nov (EFE).- Certos lipídios, como o ácido graxo docosahexanóico (DHA), presente em alimentos como soja e peixe, podem ajudar a prevenir e reduzir os efeitos do mal de Alzheimer, segundo uma pesquisa apresentada nesta segunda-feira pela Comissão Européia (CE).

"Uma dieta rica em DHA reduz o impacto do AB42 (toxina molecular do mal de Alzheimer)", disse à EFE o chefe da pesquisa, Tobias Hartmann, do Centro de Biologia Molecular da Universidade de Heidelberg (Alemanha).

Hartmann afirmou que sua equipe, que conta com a colaboração de universidades na Hungria, Suíça, República Tcheca, Holanda, Finlândia e Israel, identificou outros lipídios que combatem o desenvolvimento do mal de Alzheimer, mas não revelou seus nomes porque ainda estão em fase de testes.

"Também descobrimos que muitos lipídios atuam em combinação", acrescentou Hartmann.

A CE realiza hoje e amanhã a oficina "Pesquisa em Nutrição e Envelhecimento", na qual serão discutidos cerca de dez projetos financiados pela UE.

Em entrevista coletiva, em que foram apresentadas outras três pesquisas, Hartmann afirmou que a doença afeta uma em cada 20 pessoas com mais de 65 anos, e uma em cada cinco com mais de 80.

A dieta rica em gordura foi identificada como um fator de risco para o Alzheimer, mas as pesquisas mais recentes sobre a doença, comumente tratada com remédios, mostraram a necessidade de ingerir certos lipídios (gorduras) para prevenir o mal. A pesquisa, que em breve entrará na fase de testes em pessoas e que conta com 2,2 milhões de euros de financiamento da UE, tem como objetivo definir uma dieta que reduza os efeitos do mal de Alzheimer.

Outra pesquisa apresentada por Rikke Andersen, do departamento de Nutrição do Instituto Dinamarquês de Pesquisa Veterinária e Alimentícia, revelou que a população européia tem deficiência de vitamina D.

O estudo analisa o nível apropriado para enriquecer alimentos como o pão com vitamina D mediante comparações entre pessoas com mais risco (mulheres, crianças, idosos e imigrantes).

Os cientistas do projeto, que conta com um financiamento da UE de 1,75 milhão de euros, apontam que a cada 30 segundos algum cidadão da UE sofre uma fratura relacionada à osteoporose e estimam que o número de fraturas de quadril aumentará 135% (de 414 mil para 972 mil) em 2050.

O médico Joel Doré, da Unidade de Ecologia e Fisiologia do Sistema Digestivo do Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica de Jouy-en-Josas (França), afirmou que é mais fácil que a flora intestinal das pessoas com mais idade seja colonizada por agentes patogênicos.

Doré chefia uma pesquisa européia financiada com 1,82 milhão de euros pela UE e que pretende criar alimentos que melhorem a saúde e reduzam o risco de doença nas pessoas com mais idade.

Entre esses produtos estão os prebióticos (que não são digeridos na parte alta do estômago) e os probióticos (feitos de microorganismos, como os lactobacilos), comuns no mercado europeu.

Fonte: Uol

Nenhum comentário: