segunda-feira, 21 de abril de 2008

Pesquisa relaciona lingüística e doença de Alzheimer

28/12/2005

A doença de Alzheimer, também conhecida por DA, tem sido discutida no meio acadêmico, em diversos campos, das ciências humanas à área de saúde. A professora do curso de Fisioterapia da UFJF, Cláudia Helena Cerqueira Mármora estudou o tema em sua tese de doutorado em Lingüística. A defesa acontece nesta quinta-feira, dia 22, na Universidade Estadual de Campinas - SP (Unicamp), onde ela cursou o doutorado. O trabalho foi orientado pela professora Maria Irma Hadler Coudry.

Os estudos se concentraram na área de Neurolingüística e na linha de pesquisa Cérebro, mente e linguagem, desenvolvida no Instituto de Estudos da Linguagem da universidade paulista. Minha tese foi desenvolvida a partir do acompanhamento de 12 pessoas que tinham DA aqui em Juiz de Fora e na região, explica a professora. Fizeram parte da análise a forma como as pessoas perdiam os movimentos e a fala, por exemplo.

Segundo a professora Cláudia, a doença de Alzheimer afeta, inicialmente, a memória, o raciocínio e a comunicação das pessoas. A doença é a causa mais comum de demência, um termo geral para perdas progressivas nas funções mentais. Resultados mostram que processos terapêuticos com base na linguagem verbal e a interação favorecem a manutenção de algumas das funções conhecidas por práxicas, como a fala, gestos e outros movimentos. Minha pesquisa trabalha isso, destaca Cláudia. A pesquisa é intitulada Uma hipótese funcional para (a) praxia no curso da doença de Alzheimer.

Cláudia considera que a DA não é explicada apenas por fenômenos anátomo-orgânicos. Fatores sociais, culturais e históricos na vida da pessoa podem influenciar e determinar a progressão da doença. A hipótese apresentada mostra que o resgate da memória individual e coletiva por meio da linguagem, presente na história pessoal e social, ajuda a reconstrução da memória no curso demencial.

De acordo com Cláudia, seu interesse pela lingüística surgiu ainda antes do mestrado, também na Unicamp, quando participou de um trabalho com pessoas afásicas, ou seja, com perda total ou parcial da fala. Outras informações: (32) 3229-3843 ou 3837 ou pelo e-mail marmora@terra.com.br.

Fonte: UFJF

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