quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Mais sobre o Rember

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Há alguns dias eu postei a tradução de uma matéria da revista Time sobre os resultados da ICAD 2008. A matéria em questão fala sobre um novo medicamento em testes, bastante promissor, chamado Rember.

A revista veja de 06 de agosto escreveu uma matéria sobre o medicamento:

Ataque preciso

São animadores os primeiros resultados de um remédio que freia o ritmo de avanço da doença de Alzheimer

Um medicamento que no passado era indicado para tratar infecções urinárias é a nova esperança dos doentes de Alzheimer. Uma versão reformulada e mais pura do velho azul de metileno, chamada rember, estacionou a progressão da doença por cerca de dezenove meses nos pacientes pesquisados. Os estudos com o remédio ainda estão em fase inicial, mas os primeiros resultados são animadores: passados quatro anos, os doentes tiveram uma redução de 81% na velocidade da deterioração das funções cognitivas. É o dobro da eficácia do atual arsenal terapêutico contra o mal. O rember foi testado em 321 pacientes por pesquisadores da Universidade de Aberdeen, na Escócia. Os resultados foram apresentados em uma conferência internacional sobre a doença de Alzheimer, na semana passada, em Chicago, nos Estados Unidos. Principal causa de demência em pessoas com mais de 60 anos, o Alzheimer afeta 25 milhões de indivíduos em todo o mundo, 1 milhão deles no Brasil. À medida que a doença avança, os neurônios morrem. Suas vítimas vão perdendo a memória e apresentam mudanças bruscas de comportamento. Os medicamentos atuais, que agem sobre os neurotransmissores acetilcolina e glutamato, são apenas paliativos. Recorre-se a eles quando os sintomas do distúrbio são evidentes. Faltava a criação de um remédio que atacasse os mecanismos iniciais da doença. "É cedo para comemorar, mas a nova medicação parece ser uma ótima promessa", diz o psiquiatra Mario Louzã, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Se tudo der certo, o rember chegará às farmácias em quatro anos.

Os cientistas já sabem que, nos portadores de Alzheimer, duas proteínas, a betaamilóide e a tau, funcionam de maneira inadequada. Elas formam placas e emaranhados de fibras que matam os neurônios. O rember tem como alvo as proteínas tau, que ficam dentro das células cerebrais. Ele impede a sua deterioração, antes que elas danifiquem o cérebro. Já há pesquisas também com moléculas que evitam a formação das placas de betaamilóide. Nos doentes, ela dificulta a comunicação entre os neurônios, causando a sua morte. Uma das principais promessas nessa linha de ataque é o LY2062430, um anticorpo monoclonal do laboratório americano Eli Lilly, também apresentado no encontro de Chicago. Ainda na fase 2 de pesquisas, ele reduziu significativamente o volume das placas. As duas frentes de ação dividem os cientistas. Há os "tauístas", para quem a betaamilóide não origina a doença, mas facilita a sua progressão. Já a outra corrente defende que seria ela – e não a tau – a causadora do Alzheimer. Para os moderados, bom mesmo seria chegar a um coquetel que atacasse ambas de uma só vez.


Postado por Rodrigo A. de Freitas às 17:57
Marcadores: Notícias

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Cientistas identificam genes do Alzheimer

Descoberta, feita por cientistas britânicos, espanhóis e franceses, é considerada a mais importante dos últimos 15 anos.



Cientistas europeus anunciaram uma descoberta que abre novos caminhos para o combate ao mal de Alzheimer. Eles identificaram três genes que têm relação com a doença.

Na tela do computador, gravuras coloridas sem sentido pra quem é leigo no assunto. Mas para os cientistas, e principalmente para quem sofre ou tem tendência a sofrer do mal de Alzheimer, esse é o retrato de uma esperança. A imagem de três genes ligados à doença que afeta 26 milhões de pessoas em todo o planeta.

Pessoas como Caroline. Ela sofre de Alzheimer. O marido, morto há dois anos, também sofria.

“Jamais vi uma doença tão perversa. Meu marido acordava à noite sem saber quem era nem onde estava. Queria caminhar e não podia. Não quero passar por isso. Nem gostaria que minha filha passasse, pois essa doença, infelizmente, é genética”, diz Caroline.

Por enquanto, não existe cura. Os remédios disponíveis apenas retardam o aparecimento dos sintomas do mal de Alzheimer, como a perda de memória, do raciocínio e da capacidade motora.

Até agora os cientistas não sabiam exatamente o que combater. Os genes identificados podem ser os alvos.

“Esses genes geralmente ajudam a proteger o cérebro. Mas num doente de Alzheimer, notamos que esses mesmos genes se tornam inimigos, ou seja, atacam o cérebro em vez de protegê-lo”, explica a professora de neuropsicologia que participou dos estudos.

Essa descoberta sobre o mal de Alzheimer, feita por cientistas britânicos, espanhóis e franceses, é considerada a mais importante dos últimos 15 anos. Pois ajuda a desvendar uma doença que, pelas previsões da Organização Mundial da Saúde, pode atingir 100 milhões de pessoas em 2050. Mas isso se não surgir a cura. A identificação dos genes pode mudar essa história.

No Brasil, mais de um milhão de pessoas sofrem do mal de Alzheimer.