sexta-feira, 22 de julho de 2011


França: últimos avanços na luta contra o Alzheimer
Paris, 21 jul (Prensa Latina) A Conferência Internacional da Associação Alzheimer (AAIC 2011) finaliza hoje aqui após cinco dias de sessões, nas quais se apresentaram os últimos avanços quanto ao diagnóstico e os fatores de predisposição à doença.

  O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa e irreversível que produz um deterioramento das funções cognitivas como perda progressiva da memória, orientação e linguagem, acompanhados de transtornos comportamentais.

O grande número de pessoas afetadas pelo Alzheimer unido ao custo financeiro que pesa sobre as famílias e os estados convertem esta doença na ameaça à saúde pública do século XXI, disse Harry Johns, presidente de Alzheimer's Association.

Em algumas das investigações exibidas durante a conferência demonstrou-se que as lesões cerebrais, inclusive não graves, podem contribuir ao desenvolvimento da doença.

Esta hipótese foi confirmada por um estudo com veteranos de guerra estadunidenses, o qual provou que nos soldados afetados por lesões leves o aparecimento da demência foi duas vezes superior àqueles que não sofreram nenhum dano.

Outro ensaio efetuado com jogadores de futebol americano revelou que pelos golpes recebidos na cabeça estas pessoas têm maior probabilidade de desenvolver deterioramento cognitivo leve (MCI por suas siglas em inglês).

Também foram apresentados aqui novos teste que reforçariam o diagnóstico do Alzheimer.

Cientistas australianos mostraram que uma fotografia dos copos sanguíneos da retina poderia dar indícios da presença futura da doença.

Os especialistas fizeram a prova com 110 pessoas sãs, 13 com deterioramento cognitivo leve (MCI) e 13 com Alzheimer, e nas imagens destas últimas observaram-se diferenças na vascularização.

Não obstante aos resultados, os especialistas sublinharam que se trata de estudos preliminares, os quais devem ser feitos em maior escala.

Uma sociedade da cidade francesa de Estrasburgo apresentou um teste denominado Amy iHD que permite detectar a presença de Alzheimer através da tomada de uma mostra de sangue.

Segundo os investigadores a interação de uma sonda peptídica fluorescente e um péptido beta amiloide com os glóbulos vermelhos é mais intensa em pacientes que possam desenvolver a doença.

Em outra investigação da Washington University, efetuado com 125 pessoas, observou-se que as quedas frequentes poderiam ser um sinal de advertência precoce da doença.

Além disso, em 19 de julho os cientistas apresentaram as deduções de um novo modelo matemático do risco global de contrair a doença.

Segundo o padrão obtido, uma redução de 25 por cento de fatores de risco crônicos vinculados ao estilo de vida poderia prevenir potencialmente três milhões de casos em todo mundo.

Os elementos mencionados como possíveis causas foram diabetes, obesidade, hipertensão, tabagismo, depressão, baixo nível educativo e pouca atividade física.

Não obstante, os pesquisadores detalharam que estas estimativas são suposições importantes ainda não provadas.

Também na AAIC 2011 se divulgou um experimento com idosos que conservam suas funções normalmente com o fim de criar um índice de "envelhecimento cognoscitivo resistente".

O objetivo é definir um grupo de fatores que predizem esta estabilidade ao final da vida para utilizá-lo na prática clínica e em investigações.

rc/mbz/es

segunda-feira, 18 de julho de 2011