terça-feira, 23 de setembro de 2008

Doença de Alzheimer

22 de Agosto de 2008
Novidade no tratamento da Doença de Alzheimer

Substância em estudo poderá representar um avanço na tentativa de retardar a progressão dessa doença fatal

A indústria farmacêutica Eli Lilly acaba de anunciar dados de um estudo de fase II com a molécula LY2062430, um anticorpo monoclonal anti beta-amilóide, que está sendo desenvolvido para o tratamento da doença de Alzheimer de gravidade leve a moderada. Os resultados da pesquisa foram apresentados durante a Conferência Internacional da Associação de Alzheimer 2008 (ICAD - Alzheimer's Association's 2008 International Conference on Alzheimer's Disease), em Chicago, nos Estados Unidos.

Pesquisadores desse estudo, controlado e randomizado, avaliaram a segurança e a tolerabilidade do LY2062430, administrado por via intravenosa, em pacientes com doença de Alzheimer e em voluntários saudáveis durante doze semanas. Como as concentrações de beta-amilóide detectadas no sangue e no líquido cefalorraquidiano estavam mais elevadas, esses e outros dados observados sugerem que, ao ligar-se às proteínas beta-amilóides solúveis, o LY2062430 pode começar a dissolver as placas amilóides presentes no cérebro do portador da doença.

O LY2062430 foi bem tolerado pelo organismo, não havendo evidências de inflamação cerebral, sangramento ou quaisquer outros efeitos colaterais decorrentes do tratamento. Não houve alterações dos scores cognitivos dos pacientes e nem alterações dos níveis de placa beta-amilóide, conforme
observado com o marcador nas tomografias por emissão de fótons. Foi constatado um aumento de dois outros tipos de proteína beta-amilóide, que se imaginava presente somente em placas amilóides, também no sangue e líquido cefalorraquidiano dos participantes. Acredita-se que o líquido cefalorraquidiano, que banha o cérebro e a medula espinal, possa ser utilizado como biomarcador, fornecendo importantes dados adicionais, além daqueles obtidos através do sangue. As placas amilóides, principal determinante patológico da doença de Alzheimer, são compostas principalmente por agregados de proteínas beta-amilóides. Essas placas ou outros tipos de proteínas beta-amilóides são responsáveis pela desorganização das funções normais das células nervosas cerebrais, levando à demência que caracteriza esse mal degenerativo.

Esses achados correspondentes ao biomarcador sugerem que um tratamento com LY2062430 por um prazo mais longo poderia retardar a progressão da doença. Portanto, justificando estudos adicionais com o LY2064230.

Os pesquisadores ministraram placebo ou doses variadas do LY2062430 a 52 pacientes com doença de Alzheimer leve a moderada: 100 mg ou 400 mg uma vez por semana, ou 100 mg ou 400 mg a cada quatro semanas. A gravidade dos sintomas da doença também foi avaliada. Além disso, cada um dos 16 voluntários recebeu uma dose única de 100 mg do LY2062430 ou de placebo. Todos os participantes do estudo foram submetidos a exame de ressonância magnética e avaliação do líquido cefalorraquidiano. Foi realizado um sub-estudo envolvendo 24 pacientes e 13 voluntários, que foram submetidos a tomografia por emissão de fótons, utilizando um marcador experimental para avaliar os níveis de placa beta-amilóide no cérebro.


Segundo Eric Siemers, diretor médico do Setor de Pesquisas do Alzheimer da Lilly, "essa doença é complexa e há uma real carência por tratamentos que possam retardar sua progressão. Em função disso e pelos resultados obtidos no estudo de fase II, em 2009, daremos início ao estudo central de fase III com LY2062430".

A Lilly também está cadastrando pacientes para participar do estudo de Fase III denominado IDENTITY, que investiga o tratamento com LY450139, um inibidor da gama-secretase em fase de investigação que, acredita-se, retarde a formação de beta-amilóide, sendo outro agente em potencial para retardar a progressão da doença.

Sobre a doença Alzheimer
A doença de Alzheimer apresenta estágios progressivos, nos quais os pacientes vão dependendo cada vez mais de auxílio para o dia-a-dia, até que se tornam totalmente dependentes mesmo para as funções básicas, como higiene pessoal e alimentação. A duração média entre início dos sintomas e morte, devido a complicações da doença, varia de 8 a 10 anos. Apesar de acometer cerca de 18 milhões de pessoas no mundo, com um contingente de vítimas estimado, no Brasil, entre 500 mil e 1 milhão, apenas um quarto dos que sofrem com essa doença têm seu diagnóstico estabelecido.

Dado o envelhecimento da população e sem a disponibilidade de medicamentos que retardam ou impeçam o aparecimento da doença, o número de pessoas afetadas cresce. Estima-se que, até o ano 2050, o número de portadores da doença triplique nos países desenvolvidos. O impacto econômico do problema nos Estados Unidos é estimado em US$ 150 bilhões, onde a doença de Alzheimer já é a sétima causa de mortes. Em 2005, o custo total da doença no mundo foi estimado em US $ 315,4 bilhões.
Rumo Comunicação Empresarial
Regina Rocha/ Mari Cavalheiro

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

ALZHEIMER - DROGAS EM TESTE

Novas drogas estão saindo dos laboratórios de ciência básica e sendo investigadas em vários ensaios com seres humanos.
Uma das linhas de pesquisa mais promissora e interessante baseia-se na “Hipótese Amilóide”.

A hipótese é que a doença de Alzheimer inicia-se com a acumulação das placas amilóides (neuríticas) e assim sendo, se for possível impedir a formação dessas lesões, a instalação e a evolução da doença seria passível de ser retardada e até evitada.

Cientistas isolaram enzimas chamadas de “secretases” que seriam fundamentais na gênese da proteína beta-amilóde. Secretases são formas de proteases, o mesmo tipo de enzima que são inibidas para o tratamento da AIDS, os inibidores de protease. Drogas chamadas de, inibidores de secretase, estão sendo desenvolvidas com o objetivo de bloquear a formação beta-amilóide, e algumas delas já se encontram em fase de pesquisa clínica.

Uma outra forma de combater a formação das placas seria estimular o sistema imunológico para destruir a formação beta-amilóide. Cientistas desenvolveram uma vacina que colocam amilóide na corrente sanguínea esperando que haja formação de anticorpos para destruírem as placas neuríticas em formação.

A vacina funcionou bem em ratos, especialmente nos que receberam genes humanos para que houvesse formação das placas. Mas quando a vacina foi testada em humanos, algumas pessoas apresentaram encefalite. A vacinação foi interrompida mas os já vacinados estão sendo acompanhados. Embora esse fato tenha sido frustrante, acredita-se que essa é uma grande avenida a ser percorrida para lentificar o curso ou até mesmo prevenir a doença de Alzheimer.

“Nós ainda estamos procurando a seqüência de eventos onde nós poderíamos interferir e curar a doença sem causar danos”, diz Marcelle Morrison-Bogorad,PhD., diretor do NIA´s “Neuroscience and Neuropsychology og Aging Program”.

O Dr Morrison-Bogorad conclui “os cientistas poderão um dia serem capazes de injetar uma substância na corrente sanguínea para extrair o amilóide através do líquido cefalorraquidiano. Isso pode acontecer com ratos – mas nós não sabemos se será possível em humanos”.


Proteína-Beta-Amilóide

DROGAS EM TESTE

AMPALEX

FDA: FASE II
O glutamato é um aminoácido liberado pelos neurônios com propriedades excitatórias. Fixa-se em lugares específicos nos neurônios, receptores AMPA (alpha-amino2,3-dihidro-5methyl3-oxo-4-ácido isoxazolepropanóico). A estimulação dos receptores excitatórios neuronais é um grande passo na formação da memória. A droga modularia os receptores AMPA. Estudos preliminares demonstraram melhora cognitiva em idosos sem demência.


ALZHEMED

FDA: FASE III
Objetivo: Evitar a formação e o depósito de amilóide.

ATORVASTATIN (LÍPITOR)

FDA:FASE II/IIa/IIb
Objetivo: Evitar a formação e o depósito de amilóide.

BETA & GAMA - Secretase-Inibidores

FDA: FASE pré- Clínica
Objetivo: São duas proteases que fracionam o Precursor da Proteína Amilóide. Diminuir a ação dessas enzimas diminuiria a produção amilóide e retardaria a evolução da doença.

CLIOQUINOL (iodochlorhydroxyquin)

FDA: FASE II/IIa/IIb
Objetivo: inibe os íons Zinco e Cobre teoricamente diminuindo a produção de beta A4.

DAPSONE (AVLOSULFON)

FDA: FASE II/IIa/IIb
Objetivo: ação antiinflamatória. Diminuiria a progressão da doença.

ESTRÓGENO (PREMARIN)

FDA: FASE III
Objetivo: retardar o início da doença.

HUPERZINE- A – Não regulada pelo FDA – Erva Chinesa

Objetivo: Inibidor natural da acetilcolinesterase, mais potente que o tacrine e o donepesil. Além de melhorar a cognição teria efeito neuroprotetor.

IBUPROFEN (MOTRIN,ADVIL,NUPRIN)

FDA: FASE III
Objetivo: Prevenir ou retardar o início da doença diminuindo o processo inflamatório cerebral relacionado com a formação das placas neuríticas.

LEUPROLIDE

FDA: FASE II/IIa/IIb
Objetivo: Melhoraria a cognição e diminuiria a progressão da doença. Modula a testosterona e o estrógeno que estariam relacionados com a formação da proteína TAU e da beta-amilóide A4. Aprovado para o tratamento de câncer de próstata.

MELATONINA- Não regulada pelo FDA – Proibida no Brasil

MILAMELINE –(CI 979)

FDA:FASE II/IIa/IIb
Objetivo: Agonista muscarínico. Melhoraria a cognição. Parece ser bem tolerado.

MKC-231

FDA: FASE II/IIa/IIb
Objetivo: Aumenta a concentração de colina e da acetilcolina liberada

NAPROXEN (NAPROSYN, ALEVE, ANAPROX)

FDA: FASE III
Objetivo: ação antiinflamatória

NEFIRACETAN

FDA: FASE II/IIa/IIb
Objetivo: ativador colinérgico. Aumentaria a cognição.

NEOTROFIN ( AIT – 082 )

FDA: FASE : II/IIa/IIb
Objetivo: agente nootrópico. Melhoria global da cognição.

NS2330

FDA: FASE: II/IIa/IIb
Objetivo: aumentar a ação da acetilcolina, da noradrenalina e da dopamina.

PHENSERINE

FDA: FASE: II/IIa/IIb
Objetivo: Inibidor da acetilcolinesterase , inibindo a formação do Precursor da Proteína Amilóide.

ROFECOXIB (VIOXX) - ESTUDO DESCONTINUADO OUT/2004
FDA: FASE:III
Objetivo: ação antiinflamatória inibindo a formação das placas neuríticas.

ESTATINAS

FDA: FASE: II/IIa/IIb
Objetivo: Alterar o metabolismo do Precursor da Proteína Beta amilóide reduzindo a formação da A4 . Também testa a ação antiinflamatória, reduz a oxidação das lipoproteínas atenuando o dano celular causado pelo “stress oxidativo”.

VALPROATO (DEPAKENE , ÁCIDO VALPRÓICO)

FDA: FASE:III
Objetivo: droga anticonvulsivante. Testa sua eficácia no controle da agitação em pacientes com doença de Alzheimer

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Cientistas transformam células-tronco em neurônios

Cientistas europeus descobriram como transformar, in vitro, células-tronco embrionárias em grande quantidade de neurônios do córtex cerebral, abrindo caminho, assim, a novas perspectivas para a pesquisa médica sobre enfermidades neurológicas.

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O córtex cerebral é uma complexa estrutura formada por células nervosas ou neurônios, que podem ser alvo de doenças como epilepsias, Mal de Alzheimer ou de acidentes vasculares cerebrais.

Os estudos, realizados pela equipe de Pierre Vanderhaeghen da Universidade Livre de Bruxelas (ULB) junto com Afsaneh Gaillard, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas da França (CNRS) na Universidade de Poitiers, foi divulgado ontem na páguina web da revista científica Nature.

Os neurônios, gerados integralmente fora do cérebro, foram transplantados por Nicolas Gaspard (ULB) Gaillard a cérebros de ratos. Ao final de um mês, o exame dos roedores permitiu constatar que os neurônios se conectaram no cérebro formando circuitos adequados.

Segundo Vanderhaeghen, esta produção (corticogenesis) in vitro constitui uma "ferramenta inovadora para a investigação" e poderia servir para testar novos medicamentos.

AFP

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Descoberta pode ajudar a tratar Alzheimer

Uma pesquisa da Universidade israelense de Haifa identificou uma proteína essencial para o processo da consolidação da memória, o que pode ser fundamental para o tratamento de doenças como Alzheimer e Parkinson.

Trata-se do último de uma série de estudos destinados a um melhor entendimento do processo de criação e consolidação da memória no cérebro humano, publicado recentemente pela revista "Nature Neuroscience", segundo comunicado.

O estudo está centrado em uma proteína presente durante o processo de formação da memória e demonstra que, de fato, é um fator essencial neste processo, segundo a equipe de cientistas liderada pelo professor Kobi Rosenblum, chefe do departamento de neurobiologia e etologia da Universidade de Haifa.

Os pesquisadores fizeram experiências com ratos empregando o padrão de aprendizagem do gosto e constataram que durante o processo se produz a proteína PSD-95.

A nota diz, no entanto, que quando o rato foi exposto a gostos desconhecidos, a PSD-95 não foi produzido no centro do córtex do cérebro.

Para demonstrar que a citada proteína é essencial para o processo de criação da memória, os pesquisadores empregaram dois grupos diferentes de roedores que tinha se submetido às mesmas provas para a aprendizagem do gosto.

Empregando engenharia genética detiveram a segregação da PSD-95 nas células nervosas do chamado "centro do gosto" no cérebro de um dos grupos, e comprovaram que esses roedores não tinham memória de novos gostos um dia após sua exposição a eles, ao contrário do outro grupo.

Os cientistas demonstraram, portanto, que a nova memória se criava quando se produzia PSD-95 e que a informação desaparecia do cérebro na ausência dessa proteína.

Fonte: TERRA