quinta-feira, 2 de abril de 2009

Alzheimer: proteína natural tem efeitos 'poderosos' nos ratos

France Presse


PARIS (AFP) - Uma proteína produzida por uma parte do córtex cerebral tem efeitos "poderosos" nos ratos inoculados com o mal de Alzheimer, de acordo com pesquisadores que vislumbraram a possibilidade de uma nova abordagem no tratamento dessa doença.

Uma equipe liderada por Mark Tuszynski, professor de Neurociências da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia (San Diego), interessou-se pelos efeitos da proteína BDNF, normalmente produzida, ao longo da vida, no córtex entorrinal, uma zona do córtex cerebral essencial para a memória e contígua ao hipocampo.

A produção dessa proteína diminui nas vítimas do mal de Alzheimer.

Os pesquisadores, cujo trabalho aparece na edição deste domingo da revista "Nature Medicine", constataram que a administração de BDNF estimulava a atividade dos circuitos de memória e impedia a morte das células, provocada pela doença.

Eles também observaram uma melhora do funcionamento do hipocampo, centro da memória de curto prazo e uma das primeiras regiões atingidas no mal de Alzheimer.

Falando em "efeitos poderosos", o professor Tuszynski e sua equipe constataram melhoras "significativas" em diferentes testes de aprendizagem, ou de memória, nos animais estudados - ratos com Alzheimer, mas também ratos, ou macacos, idosos, ou que tenham sofrido danos no córtex entorrinal.

Trabalhos anteriores já haviam estabelecido que uma outra proteína, o "fator de crescimento neural" (NGF), poderia ter efeitos no declínio cognitivo dos doentes de Alzheimer, mas sem a restauração das capacidades que a BDNF poderia proporcionar.

A proteína NGF está, atualmente, em teste em pacientes com Alzheimer para confirmar eventuais benefícios.

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